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26 de mar. de 2010

Exercitando o cerebro “manga”

978-4-08-782280-9 Yo!

Essa semana, comprei o meu exemplar do livro “Manganou no Kitaekata” (traduzido como o titulo do post).  As 290 paginas compilam varias entrevistas de autores da Shonen Jump, falando sobre seu metodo de trabalho, o que acham do mercado, como fazem suas historias, suas ideologias, inspiracoes e, principalmente, dando dicas de como pensar como um profissional do ramo.

5 de fev. de 2009

Bakuman - parte 2

Yo!

O post anterior na verdade, deveria ter sido a segunda parte do post sobre Bakuman. Lembrei depois que terminei.

O assunto em questao deveria ter sido a diferenca entre os autores, a forma de criar. Em Bakuman, isso eh enfatizado pelo rival da dupla da historia. Niizuma Eiji eh a natureza da criacao. Genial, talentoso, sua vida se resume ao manga. Quando estah criando, ele entra na historia e em certo ponto, ele mesmo diz que nao sabe o que esperar de suas historias, ele mesmo fica ansioso pra saber como vai ser. Isso porque ele deixa os personagens viver e escolher os caminhos.

Por causa disso, sua forma de criacao tambem eh diferente. Ele nao faz o nemu, o rascunho da historia. Eiji parte direto pra producao das paginas. Vai desenhando direto com a pena, sem lapis. Pra uma pessoa comum, isso eh impossivel. Voce precisa ter uma imagem muito forte da cena e uma habilidade muito grande pra passar essa cena pro papel.

A outra opcao eh a de Akito, escritor da dupla. Ele faz sinopses, pensa em historias por dias, e soh entao eh que ele faz o nemu, para que seu parceiro desenhe. Suas historias sao planejadas, as reviravoltas sao colocadas sob medida e a trama eh mais inteligente. Para algumas historias, isso eh simplesmente inevitavel, voce precisa de um pouco de planejamento, por exemplo, se quiser fazer uma historia de suspense, ou uma grande conspiracao, como 20th Century Boys.

Em 20th Century Boys, Naoki Urasawa, autor de Monster, faz uma historia de herois completamente peh no chao, usando elementos pops e a onda de nostalgia que se espalhou pelo mundo todo nesses ultimos anos. A historias comeca com flashs diversos de historias que vao aparecer somente dez, vinte volumes pra frente. Sao anos de publicacao! Talvez ele nao tivesse tudo planejado, mas de certa forma, ele precisou armar um esquema para que a historia seguisse um trilho.

Porem, alem disso, Urasawa eh um meste em criar personalidades. Cada pessoa que aparece na historia eh verdadeiro, real. Cada um tem um jeito diferente, lembra alguma pessoa real que voce jah deve ter visto e age conforme o esperado.

Eh a uniao do modo Eiji, de deixar os personagens agirem, com o modo Akito, de planejar tudo.

Ai, volto para minhas antigas historias. Na minha experiencia (??), eu jah fiz de tudo. Ateh Dream Maker, eu praticamente nao fazia rascunho, desenhando direto, soh finalizando depois. Minhas historias soh tinham mais ou menos a quantidade de paginas marcadas - quatro ou cinco folhas sulfites dobradas no meio, que dao mais ou menos vinte paginas por historia - e eu ia escrevendo e deixando as ideias cairem na folha. Assim, em duas horas eu tinha a historia completinha. As vezes, menos. E eu escrevia muito e tinha muitas ideias! No Brasil, eu tinha um armario onde um espaco, de mais ou menos um metro cubico, era soh de historias em folhas sulfite dobradas no meio. Eu gastava um bloco de 500 folhas em um mes, dois. Era cliente da Kalunga da Vila Mariana...

Eu era um Eiji. Nao tinha pretensao de virar profissional, era soh um hobbie, que nasceu do meu gosto por desenhar, mais o prazer de ler, que eu tinha descoberto a pouco tempo, com X-Men. Meu negocio era desenhar, criar personagens, historias, imaginar.

A primeira mudanca na forma de escrever aconteceu quando eu comecei a fazer fanzine com alguns amigos da escola. Escrever em grupo, com tres, quatro pessoas no mesmo comodo, conversando e trocando ideias, ou simplesmente com os outros lendo no meu ombro, enquanto eu escrevia, jah mudava.

O modo Eiji de escrever infelizmente eh um jeito bem egoista de escrever. Voce escreve pra voce mesmo, o que voce quer, da forma que voce preferir. Por isso, eh o terreno dos genios. Fazer algo realmente bom disso eh algo em torno de um em um milhao. Nao existe um know how de como fazer leitores, voce precisa esperar o resultado. Nesse caso, o modo Eiji eh uma loteria, onde voce tem soh o talento criativo como arma.

Por isso, trabalhar em grupo foi uma coisa muito boa. Alem de agregar novas ideias e formas de criar, voce ainda tem um feed back instantaneo. Voce sabe o que agrada e o que nao agrada na hora. Claro, tem aqueles que gostam de passar a mao na cabeca e tudo que voce faz eh muito bom. Mas nao deixa de ser proveitoso, nem que seja como apoio moral.

Dessa epoca, eu tive minhas primeiras experiencias de colaboracoes. Em geral, eu escrevia para alguem desenhar. Basicamente, eu fazia o que eu sempre fazia, sem finalizar. Dai, alguem desenhava por cima.

Com o tempo, isso me ensinou como eh importante ter algum planejamento. Pensar nos leitores eh uma coisa, mas pensar em um possivel parceiro de trabalho eh completamente diferente. Se voce nao passar a ideia certa, nao souber expressar sua visao da forma correta, o desenhista pode errar, pode fazer diferente, pode colocar elementos que nao existem e nao colocar outros, e na pior das hipoteses, pode mudar a historia.

Mais pra frente, eu pretendo escrever sobre algumas formas que eu conheco de como indicar o desenhista.

Escrever, quando passa da fase do escrever por prazer e passa a ser escrever para alguem, com algum objetivo, eh algo muito mais complexo. Esse inclusive eh o tema das historias mais recentes de Bakuman. Nao importa o quanto voce ache que tem talento, que eh um genio. Lidar com a sorte, jogar com seu publico pode dar uma chance pra voce um dia, mas nao todos os dias.

Em Bakuman, os proprios editores falam que Eiji eh o tipo do sucesso instantaneo, mas descartavel. Eh o tipo de pessoa que faz um grande sucesso mas nao consegue implacar outros. Pro lado da editora tambem eh uma loteria...

8 de jan. de 2009

Bakuman - parte 1

Yo!

Fechamos um ano, entramos no proximo e finalmente eu estou postando de novo!

Quero aproveitar o lancamento do primeiro tankohon de Bakuman para discutir alguns pontos interessantes. Coloquei parte um por que eu jah espero ter muito assunto.

Antes de mais nada, melhor apresentar o trabalho. Bakuman eh o atual trabalho da dupla Oba Tsugumi e Obata Takeshi, a mesma do aclamado Death Note, que virou filme, anime e tudo mais.

Da mesma forma que o trabalho anterior, a intencao da dupla era fazer algo diferente da linha atual da Jump, vencer pela originalidade. E fugiram ateh mesmo dos moldes de Death Note.

A historia conta a trajetoria da dupla Akito Takagi e Moritaka Mashiro, tentando a carreira de mangaka. O tema pode nao ser tao original (existem alguns classicos com o tema, como Manga Michi e Otoko no Jouken) mas a abordagem e a profundidade com que explica o cenario torna Bakuman um manga unico.

Claro, eu podia continuar fazendo um review do manga, mas nao eh essa a intencao do blog. O que eu quero eh falar sobre o que significa ter esse manga nas prateleiras e nos postos altos do ranking de popularidade da Shonen Jump.

Misturando um lado quase documental da carreira de um novo talento dos mangas com uma simples historia de colegiais, Oba consegue fazer um manga interessante, empolgante e ao mesmo tempo, didatico.

Em um unico tankohon ele consegue ser mais util pra um aspirante a mangaka do que um livrao de "aprenda a fazer manga". E nao fica em licoes bestas como aprender a desenhar, aprender a fazer tal coisa. Ele ensina o que voce vai ter pela frente, com que preparo voce tem que enfrentar uma carreira como essa e o quanto isso eh distante da ideia de publicar historinhas de samurais futuristas lutando contra o mal.

Um pouco atras eu comentei sobre Otoko no Jouken e Manga Michi. Os dois sao classicos do manga e apontados por varios artistas como a inspiracao para seguir a carreira. Para quem estah suando por um espaco, ler esses mangas preenche o vazio que sentimos as vezes com a frustracao de um trabalho mal recebido, ignorado pelo publico. Ou aquele que sentimos quando nao conseguimos encontrar a ideia certa, quando o mercado parece tao distante, a ideia de publicar parece tao impossivel. Eh a alma do mangaka.

Bakuman preenche a lacuna da versao dessa geracao para essa alma. Ler Bakuman deixa os dedos cocando, o papel branco parece implorar pra ser rabiscado. Acho que o mais proximo disso no Ocidente sao os livros de Will Eisner (acho os do McCloud interessantes, mas nao inspirantes) mas sao livros, materiais didaticos, conteudo. Nisso, Manga Michi, Otoko no Jouken e Bakuman sao completamente diferentes. Eles nao "ensinam", eles te dao informacoes valiosas enquanto voce le uma boa historia, que jah eh por si soh o melhor exemplo pratico.

---Alias, no Brasil nao conheco NADA parecido. Se bem que seria uma historia dramatica, publicar no Brasil tah mais pra um dramalhao mexicano, daqueles que tem um pobre, ferrado que eh chutado por todos os lados. Imagina, as editoras querendo publicar de graca, o publico que passa a mao na cabeca mas NAO COMPRA, fanzines saindo por editoras, o cara fazendo bico pra poder comer enquanto publica, tomando na tarraqueta, imitando Naruto, Pokemon, Bleach ou Dragon Ball, ou todos ao mesmo tempo... Nao, nao seria nada inspirador, muito pelo contrario.

Eu acho que eh sempre bom ter um manga desse naipe na prateleira, para poder folhear nas horas em que o mundo parece estar contra o teu sonho de ser mangaka. Pode nao te abrir nenhuma porta, mas faz uma coisa importante. Te lembra que voce soh nao estarah lah se desistir...

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Em tempo: no tankohon, foi incluido a evolucao da historia, com o nemu (rascunho posterior da historia) na versao Oba Tsugumi e depois na versao do Obata Takeshi, antes dele desenhar. Eh bom pra ver o quanto Obata eh importante. Ele praticamente refaz tudo, dita o ritmo, acerta a decupagem... a narrativa visual eh completamente trabalho dele. Nao desmerece o roteirista, que ainda eh o dono das ideias otimas e dos dialogos afiados.

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