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25 de dez. de 2011

Páginas finalizadas, última checagem

BakumanYo!

É Natal e eu tenho um presente para vocês! A última parte dessa série de matérias!

Finalizou tudo, tá pronto pra entregar seu manuscrito? Hora de uma última checada!

 

18 de nov. de 2011

Checklist do seu name, rascunho…

BakumanYo!

Como o outro post foi bem recebido, aproveito esse fim de sexta feira para fazer mais um post sobre criação. Agora, um check list para names (o rascunho das páginas, para estabelecer o ritmo da narrativa). Esse é um grande problema pra muitas pessoas, principalmente se você é um roteirista e trabalha com outra pessoa.

 

16 de nov. de 2011

Terminou seu roteiro, que tal checar algumas coisas?

Concurso02Yo!

Depois de meses de hiato, vou aproveitar um tempinho aqui pra postar mais algumas coisas sobre roteiro.

Com o anúncio do concurso de Novos Talentos da Ação Magazine (patrocinado pela Copic Brasil) pipocou gente fazendo quadrinhos. E eu vou ser um dos julgadores das histórias, por isso queria aqui dar umas dicas do que eu acho mais importante em qualquer história, independente de qualquer outra coisa. Acho que isso é muito interessante, mesmo pra quem não for fazer nada pro concurso. E pra mim, vale pra alimentar uma discussão sobre direção e roteiro.

Em duas versões, a versão “pra estudar pra prova”, resumido, e o texto completo, pra quem tem paciência pra mim.

 

15 de fev. de 2011

10 de jul. de 2010

Teste de Truco, para Issuu

Yo!

Estou aqui maravilhado com essa nova (ok, existe desde 2007) ferramenta internética para facilitar todos os fanzineiros e profissionais do meio editorial.

 

3 de jun. de 2010

Teoria Da Personalidade Sanguínea

M&Ms e Sprite! Yo!

Mais uma reciclada. Desta vez, um texto que muita gente gostou, talvez mais pela informação, meu texto tá meio furado!

Ele surgiu em uma lista de discussão. Alguém falou que os japoneses tinham um interesse bizarro em tipos sanguineos, e eu, que estudava isso naquela época (com aplicação pra criação de personagem, sou cético, mas não sou cientista), tentei explicar o motivo.

Esse texto foi usado posteriormente no site da AnimePro, na revista Neo Tokyo numero 1 e, uma busca no Google me fez perceber que também foi repostado em vários fóruns e blogs, alguns creditando, outros não, alguns até roubando a autoria. Agradeço o interesse de todos, e realmente fiquei feliz em ver que o material repercutiu.

Essa versão está atualizada. A primeira, foi feita em cima de conhecimento pessoal e continham ERROS (corrijam, pessoal que copiou o original) que pretendo arrumar aqui.

Não tenho a data do original, mas a Neo Tokyo comecou em 2006, o que me leva a crer que o texto original é de 2005 ou antes.

Ah, e em japonês, o termo é Ketsueki Gata Seikaku Bunrui, separação de personalidades por tipo sanguineo. O termo Ketsueki Gata URANAI é para quando se atribui isso às previsões do futuro. Uranai significa adivinhação.

26 de mar. de 2010

Exercitando o cerebro “manga”

978-4-08-782280-9 Yo!

Essa semana, comprei o meu exemplar do livro “Manganou no Kitaekata” (traduzido como o titulo do post).  As 290 paginas compilam varias entrevistas de autores da Shonen Jump, falando sobre seu metodo de trabalho, o que acham do mercado, como fazem suas historias, suas ideologias, inspiracoes e, principalmente, dando dicas de como pensar como um profissional do ramo.

28 de dez. de 2009

Projeto Motikomi – Extra

Homem Trabalhando Yo!

Eu sei que as postagens do Projeto Motikomi estao paradas – minha culpa, 100% – e isso deve levar mais um tempo. Mudanca de rumos, problemas pessoais, etc, nao tive tempo pra fazer os textos e nao tenho nada pronto exatamente a partir desse ponto (os anteriores, eu tinha textos semi-prontos, que iriam pra Neo Tokyo). Pra compensar o atraso, estou postando o nemu da historia, jah que essa versao eu engavetei e estou fazendo outra.

23 de nov. de 2009

Projeto Motikomi, parte 4: quadros e funcoes - ATUALIZADO

Yo!

Mais um capitulo da serie de materias sobre manga, passando principalmente pela parte de criacao, mostrando um passo-a-passo de como eu vou fazer uma historia para ir bater a cara na porta da Shueisha. Minha intencao eh fazer um motikomi, como sao chamadas as apresentacoes individuais diretamente com o editor da revista. Claro, se isso me abrir essa porta, vai ser legal, mas soh o fato de poder aproveitar do conhecimento profissional de um editor da Shonen Jump jah vai valer.

E eh claro, se voce continuar acompanhando ateh lah, eu pretendo contar os detalhes. (e pretendo continuar copiando e colando a introducao!)

 

8 de nov. de 2009

Projeto Motikomi, parte 3: estrutura

Primeiras paginas desenhadas!  Yo!

Mais um capitulo da serie de materias sobre manga, passando principalmente pela parte de criacao, mostrando um passo-a-passo de como eu vou fazer uma historia para ir bater a cara na porta da Shueisha. Minha intencao eh fazer um motikomi, como sao chamadas as apresentacoes individuais diretamente com o editor da revista. Claro, se isso me abrir essa porta, vai ser legal, mas soh o fato de poder aproveitar do conhecimento profissional de um editor da Shonen Jump jah vai valer.

E eh claro, se voce continuar acompanhando ateh lah, eu pretendo contar os detalhes. (e pretendo continuar copiando e colando a introducao!)

PS: a imagem ai eh das primeiras paginas de Kung-Fu Baby Gu, ainda no lapis!

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1 de nov. de 2009

Projeto Motikomi, parte 2: historia.

A ultima capa com os autores da Jump. Tem ateh o Tsugumi Oba, ou Hiroshi Gamou. Yo!

Mais um capitulo da serie de materias sobre manga, passando principalmente pela parte de criacao, mostrando um passo-a-passo de como eu vou fazer uma historia para ir bater a cara na porta da Shueisha. Minha intencao eh fazer um motikomi, como sao chamadas as apresentacoes individuais diretamente com o editor da revista. Claro, se isso me abrir essa porta, vai ser legal, mas soh o fato de poder aproveitar do conhecimento profissional de um editor da Shonen Jump jah vai valer.

E eh claro, se voce continuar acompanhando ateh lah, eu pretendo contar os detalhes. (e mais claro ainda, eu copiei e colei a introducao do capitulo anterior!)

25 de out. de 2009

Projeto Motikomi, parte 1: a ideia

Yo!

35b167b8A partir desse post, eu vou comecar a serie de materias sobre manga, passando principalmente pela parte de criacao, mostrando um passo-a-passo de como eu vou fazer uma historia para ir bater a cara na porta da Shueisha. Minha intencao eh fazer um motikomi, como sao chamadas as apresentacoes individuais diretamente com o editor da revista. Claro, se isso me abrir essa porta, vai ser legal, mas soh o fato de poder aproveitar do conhecimento profissional de um editor da Shonen Jump jah vai valer.

E eh claro, se voce continuar acompanhando ateh lah, eu pretendo contar os detalhes.

10 de out. de 2009

Projeto – Motikomi. Antes de comecar…

02Yo!

E estou aqui de novo, tentando fazer uma serie de posts. Mas dessa vez eh importante!

To decidido a voltar pro Brasil – DE VEZ – e por isso, antes de sair do Japao – DE VEZ – eu pretendo fazer uma ultima tentativa.

Quem me conhece de outros carnavais… bem, de uns dez carnavais atras… sabe que eu vim pro Japao tentar os concursos de manga que tem por aqui. Ou melhor, pra tentar entrar pro seleto grupo da Shonen Jump.

 

16 de set. de 2009

NHK Professional acompanha Takehiko Inoue

Yo!

A serie Professional, na rede NHK, exibiu dia 15 de agosto, um especial sobre Takehiko Inoue, autor de Vagabond e Slam Dunk.

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O programa bota uma camera ao lado de um grande profissional de alguma area especifica, tentando mostrar um lado mais pessoal do trabalho e da vida de pessoas que fazem a diferenca.

Com Inoue, pudemos ver seu metodo de trabalho, suas duvidas, os percalcos e becos sem saida que Vagabond cravou em sua carreira e tambem um pouco sobre suas memorias de Slam Dunk.68222518_1

Comparando as duas obras com luz e escuridao, Inoue fala de como se encantou com uma cena que mostrava Sakuragi esfregando bolas de basquete numa quadra escura, sozinho. Ele era a luz, sempre positivo, nao aceita derrotas e se esforca sempre, mesmo sem saber. E Musashi, que esconde na forca de sua espada a sua propria covardia, eh como a escuridao.

Nemu de Inoue para Vagabond O metodo de trabalho de Inoue eh centrado nos personagens. Em certo momento, jah no estudio da NHK, ele diz que nao se interessa por historia. Os caminhos que a historia vao levar sao soh caminhos. Ele trabalha com personagens. Toma cuidado pra nao destruir os personagens, respeita-los, e tambem, faze-los crescer.

Em Slam Dunk, a historia, que comecou como uma simples comedia escolar com basquete, mudou a partir da cena que citei acima. Sakuragi, sem saber, se esforcando, tentando melhorar naturalmente. Isso era o que fazia o personagem crescer aos olhos de Inoue e ele decidiu reforcar isso cada vez mais. Foi ai que o rumo da historia mudou, passando a ser uma historia de crescimento, com Sakuragi treinando e aprendendo.

Mas o foco foi mesmo no trabalho de Inoue em Vagabond. E o mais interessante, eles pedem que o artista explique o que aconteceu com ele quando Vagabond ficou um ano sem sair.

M03230388-02 Vagabond eh feito por Takehiko e uma horda de assistentes. Em seu estudio, em algum lugar de Toquio, ele trabalha em ciclos semanais. Comeca rascunhando o nemu, um rascunho da historia onde a narrativa eh definida. Em seguida, ele faz as paginas, a lapis, com tracos rapidos, apenas marcando posicoes. Inoue eh responsavel apenas pelos personagens, arte-finalizados completamente com pincel. Em seguida, os assistentes se revezam, desenhando partes do cenario, detalhes, colocando reticulas… Eh por isso que ele assina IT Planning. A maior parte do trabalho eh feito por assistentes.

INOUETAKEHIKOpress_a_05_450 O mais interessante de tudo eh ver a forma que Inoue encara o trabalho, entrando profundamente em cada historia, se colocando em xeque, pra encontrar as solucoes corretas para cada cena.

No processo do nemu, onde ele escreve a historia, Inoue sai a rua, entrando em cafes e restaurantes, para escrever em terreno hostil, longe de seu escritorio, sua casa, longe da seguranca que pode tirar sua concentracao e levar a preguica. Dessa forma, ele tem um horario pra terminar, pessoas a sua volta, todo o tipo de problemas.

Como todo mangaka, Inoue tem prazos, que muitas vezes, ele tem dificuldade pra cumprir, nao pela complexidade do trabalho de arte, mas por causa da historia, por causa de suas preferencias em relacao a cada personagem. E eh ai que entramos no enorme hiato de um ano.

Estavamos no meio da saga de Kojiro Sasaki, o grande rival de Musashi. Encurralado, Kojiro se ve sem saida, tendo que matar pessoas sem motivo, apenas pra sobreviver. A cena exprime todo o sentimento do personagem, sua angustia, e assim terminava a historia, deixando Inoue em um enorme precipicio, sem saber o que fazer em seguida.

Em Vagabond, Inoue lida com um universo muito triste, de pessoas angustiadas e escuridao por todo o lado. Isso se tornou estafante pra ele, e o apice da historia de Sasaki, onde a alegria do personagem finalmente foi engolida pelas trevas do mundo de Vagabond, foi a ultima gota. Takehiko Inoue precisou tirar ferias.

As pessoas costumam ainda ligar Vagabond ao livro Miyamoto Musashi, mas Inoue jah segue seu proprio rumo faz tempo. Seus personagens sao outros e sua meta eh outra.

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A serie Professional jah teve dois grandes nomes dos mangas em numeros anteriores. Um foi o maior nome da animacao japonesa, Hayao Miyazaki, na epoca de Gake no Ue no Ponyo, e o outro foi Naoki Urasawa, no inicio de Pluto. Alem disso, tambem jah estiveram do lado de Takashi Nagasaki, produtor de manga, que acompanhou Urasawa em Monster, 20th Century Boys e outros sucessos e foi o primeiro a criar essa categoria, ao se tornar editor independente.

O programa estah no site NHK on Demand, pago, e tambem pode ser adquirido em DVD. Sao cinco Box atualmente, mais um volume unico com o programa de Miyazaki. Tambem existem varios livros da serie. Cofre na certa, programa de primeira.

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12 de set. de 2009

Eu indico! –Kenka Shoubai

Yo!

Segunda recomendacao de leitura. Estamos evoluindo!

Dessa vez, quero indicar a gag manga Kenka Shoubai (que eu sempre imaginei traduzido como Fight Business em ingles, mas fico em duvida no portugues – Negocios de Briga?).

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Bem, esqueca qualquer ideia que voce tenha pelo nome, pelas imagens de capa, etc. Kenka Shoubai nem ao menos eh centrada na ideia de um manga de briga.  E apesar de tudo levar a crer que eh um manga de colegiais brigando e namorando, pra mim eh como se Tenjo Tenge ficasse mais sincero. Como assim?

Tenjo Tenge eh um manga de porradaria e mulher pelada. Nao necessariamente nessa ordem. Mas ele ainda tenta manter um fiapo inutil de historia, que ninguem mais lembra. Kenka Shoubai nao tah nem ai pra historia. Apos uma breve introducao de cenario e personagens, a historia em si muda pra historia da vez. E temos de tudo, desde as tentativas cara-de-pau do protagonista, Jubei Sato, de desvirginar a heroina, Ayako Yamada, ateh uma historia inteira sobre merda.

1 de mai. de 2009

Wolverine na DC?

Yo!

Tava lendo uma materia do blog "Melhores do Mundo" e achei uma ideia muito boa.

http://www.interney.net/blogs/melhoresdomundo/2009/04/30/e_se_a_dc_comprasse_o_wolverine/

A ideia eh "se a DC comprasse o Wolverine". Poxa, seria uma guinada gigante!

Por que todo mundo sabe como o Wolverine influi na Marvel e nos quadrinhos dos anos noventa! Sem ele na Marvel, o que seria da editora?

Postei um comentario lah, mas comecei a viajar tanto que decidi postar aqui tambem. Afinal, eu sou "putinha" do Wolverine, como eles falam lah no MdM. Comecei a ler X-Men na edicao 30 da editora Abril, na epoca, com o Wolverine mais foda de todos.

Vou mesclar o meu post lah da MdM com algumas adicoes.

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Achei que seria algo como o que a DC faria no Wolverine, ainda mais se pensarmos em epocas.
Por exemplo, se fosse na decada de setenta, antes dos X-Men, ele seria um papel em branco que lutou com o Hulk. Na DC da epoca, que papel ele teria?

Se fosse na decada de oitenta, antes de Byrne, ele seria o machao sempre com o foda-se ligado.

Ele foi usado como mero conflito para a relacao Ciclope/Jean Grey na epoca, como o extremo oposto do certinho Ciclope. Nos X-Men, ele era o cara que nao tava nem ai. Sentinela? Vamos fatiar! Arremesso especial nele!

Apesar do otimo pedigree, Wolverine nao tinha boa fama na epoca. Criado pelo Len Wein, em sua fase na revista do Hulk, o design original, amarelo e azul, foi criado pelo John Romita papai, artista respeitado da Casa das Ideias. Gil Kane criou a mascara com orelhas compridas na capa de Giant-size X-Men, e Dave Cockrum desenhou seus primeiros momentos nos X-Men.

Nessa epoca, Wolverine era um personagem qualquer e se fosse pra DC, estaria guardado junto com personagem comprados na epoca, como Besouro Azul, Capitao Marvel e Questao.



Pos-Byrne, ele jah era o fodao, jah tinha a ligacao com a Tropa Alfa e ai sim, afuscava os personagens (soh no pos-Byrne que o personagem ficou popular).

Byrne soh enfodeceu o personagem porque nao queria o unico canadense do grupo fora, jah que Byrne tambem eh de la. Claremont, jah escritor estabelecido dos mutantes, pensava, junto de Cockrum, em chutar o personagem do time. Dai, Byrne pensou em como fazer dele um personagem de peso.

Criando a Tropa Alfa e colocando detalhes obscuros sobre o passado de Wolverine, Byrne criou ainda os primeiros fans do personagem, que ficavam intrigados com os misterios. Porem, a Tropa Alfa que acabou roubando o show. Ganharam serie propria.

Wolverine tambem teve seus lucros. Ganhou uma mini, por Claremont e Frank Miller. Depois, a mini dele com Kitty Pride, que tinha chegado na equipe batendo de frente e indo pro topo da popularidade. Afinal, era a adolescente que chamava o chefao Xavier de idiota!


Um pouco mais pra frente, com Kitty Pride, Vampira, ele virava o tiozao malaca da equipe.
Se o Wolverine realmente entrasse naquele momento dos Titas (no post original, o Bugman imaginou ele entrando pros Titas) , ele jah seria mais ou menos o tiozao. O que bateria com o Exterminador em alguns pontos. Afinal, o Exterminador eh o Wolverine sem filme no cinema. Eh o fodao sem grande poder do universo e malaca.

O Miller fez o Wolverine ter ligacao com ninjas, ideia reforcada na mini Wolverine/Kitty Pride. Isso criou um lado stealth e cool, em contraparte a fase "retalhador" do seu inicio de carreira.

Eu acho que o Wolverine batia mais com os Renegados, liderado pelo Batima.

Imagine ele no lugar da Katana. Afinal, nao haveria espaco na equipe para os dois. A menina da equipe seria Halo. Essa versao do Wolverine eh pos-Miller, entao ele jah eh ninja e fodao. Alem de Katana, ele bate de frente com Batman, como ele batia com Ciclope. Ser liderado nao eh pra ele. Pelo menos nessa epoca. Entao, com a saida do Batman, ele seria o lider, no lugar do bucha do Geoforca. De bom, teriamos o fato de que ele seria desenhado pelo Jim Aparo e pelo Travis Charest de inicio de carreira.


Ou senao, ele virava personagem da Vertigo, escrito pelo novato Morrison ou por Moore, que transformariam a historia Arma X numa saga bizarra. Alias, essa ideia eh que me fascina!

Moore transformaria o Wolverine numa metafora social sobre exercito e guerra fria. Wolverine e Alan Moore tem um ponto em comum: Len Wein, o criador do Wolverine, foi o primeiro editor de Moore na DC. Se Wein indicasse Moore pra escrever Wolverine ao invez de Monstro do Pantano ou Hellblazer? Imaginaram? Arma X por um Moore sedento por expor suas ideias, provavelmente teria um fundo mistico, onde o experimento do governo canadense usaria magica arcana para revestir os ossos de Wolverine com adamantium, um metal mistico usado por uma casta de ninjas que evocavam demonios.

Wolverine beberia e fumaria muito. Xingaria muito. Provavelmente, com pitacos de Wein, Moore tentaria evocar o inicio de carreira do personagem, como o retalhador. Mas Moore tambem teria sua visao. Wolverine seria um sociopata, com inclinacoes pedofilas, fruto do governo corrupto que o usou na Guerra Fria como uma maquina de morte e destruicao. Ele teria um odio mortal de comunistas, seus inimigos, e provavelmente iria morrer ou receber um final, jah que Moore sempre dava um jeito de fechar suas historias.



Se fosse Morrison, arma X seria uma viagem ao cerebro doente de um cara que sofreu implantes de memoria pra virar uma arma de morte, com metalinguagem e muito acido. Talvez o Homem Animal perdesse o escritor e algumas ideias.

O Morrison da epoca estava a mil. Ele tinha ideias fervilhantes, diferentes de tudo que os americanos criavam na epoca. Trazido a editora pela assistente de Paul Levitz, Karen Berger, ele era o sangue novo, o diferente da epoca, junto de Peter Milligan.

Arma X seria uma historia onde o heroi Wolverine, voltando ao seu passado, entra em sua propria mente e tenta abrir as amarras que o governo colocou em sua mente. Misturando seu treinamento ninja, a guerra fria, o Canada e seu lado animal, teriamos uma historia psicologica, psicodelica e psicotica, onde Wolverine retornaria ao seu lado animal, em que ele eh um glutao (ou carcaju, o animal que em ingles, eh chamado de wolverine) e depois, iriamos gradativamente entendendo a mente dele.

Soh que ninguem mais conseguiria usar essa abordagem do personagem, e Wolverine viraria um personagem de segundo escalao, ateh 52, onde ele seria usado como um personagem chave, mas que provavelmente, seria substituido por uma nova geracao, uma menina com duas garras e a segunda saindo do peh.


Se bem que foi Frank Miller que enfodeceu de vez o Wolverine. Afinal, os primeiros momentos fodonicos dele sao das historias solo do FM.

Imaginem Cavaleiro das Trevas como uma historia do Wolverine...

Num mundo onde o comunismo dominou o mundo, Wolverine, desacreditado apos saber de seu passado sombrio, vive uma vida pacata, escondido no submundo, com um tapa olho de disfarce. Cansado de beber vodka, ele decide dar um basta e finalmente derrotar o comunismo. Ele treina uma menina nas artes ninjas, Jubileu, pra ser sua parceira. Mas tem que enfrentar Superman, que respeita os bons costumes e valores comunas e eh enviado para impedir o movimento de Wolverine, o melhor no que faz. Que aliaz, seria o titulo da serie. "The best there is at what I do... strike back"? Nao, melhor... Old Man Logan! ( hehehe)

Wolverine enfrentaria o Superman nao com kriptonita. Ele usaria magia, outra fraqueza do Super. Provavelmente, com a ajuda de Zatanna. Mas no final, ele fatiaria o Superman, terminando com uma empalada. E uma frase de efeito curta. "Drop dead, punk!"

Mas na decada de noventa, independente do que fizessem com o personagem, ele seria escrito pelo Chuck Dixon ou pelo Ron Marz, emotizando ele.

Wolverine ganharia um par romantico, que iria romper com ele, ser morta, ele ia apanhar de todo vilao bucha da DC, tipo... Bumerangue! Ia passar por fases completamente inuteis e que ninguem lembra... Ateh 52, onde ele seria usado como um personagem chave, com muita importancia, que acabava morrendo e cedendo o lugar para uma substituta, com duas garras, e uma terceira saindo dos pes... e que eh sapata!

Enquanto isso, na Marvel...

Sem Wolverine, os X-Men nao teriam subido tanto de sucesso, Homem Aranha ainda seria o maior sucesso, por causa de Todd Mcfarlane. Ateh entrar Jim Lee nos X-Men. Provavelmente, enfodeceriam o Noturno, que era um dos mais populares junto do Wolverine, entao, ele nunca teria ido pro Excalibur, que nao existiria se X-Men nao fosse sucesso. Provavelmente, Kitty Pride tambem ganharia destaque, junto de Colossus.

Noturno teria mais do seu passado, tambem sombrio, investigado. Ao invez de fazer o tipo aventureiro, ele aos poucos teria que preencher a lacuna de Wolverine. Entao, ser padre?! Nem pensar! Ele teria conflitos com seu passado, sem conhecer seus pais, tentando descobrir mais sobre sua forma demoniaca. Os X-Men nao iriam ao Japao, iriam a Alemanha, onde Noturno apresentaria uma namorada, Mariahilda Strammermann, neta de um general nazista e herdeira de uma grande fortuna.

Enquanto isso, Kitty Pride e Colossus viveriam seu romance, e como X-Men nao seria mais um titulo de destaque, nao teriamos mais o Massacre de Mutantes, a saga que pegou todos os mutantes na epoca e inutilizou os tres personagens. Ao invez disso, Claremont investiria no lado familia da historia, nos dramas... Rachel Summers nunca sumiria de repente (acho que tiraram ela pra nao ferrar com Massacre).

A subida de X-Men viria com a entrada de Jim Lee. Lee tem em suas origens um pouco de Wolverine. Seu comeco de carreira foi com a Tropa Alfa, e seu primeiro titulo grande, Punisher War Journal, teve uma participacao de Wolverine. Ele entrou em X-Men para ajudar Marc Silvestri, artista titular da epoca e cheio de atrasos.

Jim Lee viria depois de uma epoca de mais acao. Isso por que ficou claro que Claremont trabalha com o que o artista achar melhor. E Silvestri gosta de acao. Noturno giraria espadas pra cima e pra baixo, Kitty seria muito mais ninja e Colossus estaria sempre derrubando predios.

Soh que Lee prefere o Ciclope. Apos uma longa epoca em que Ciclope esteve afastado depois de casar com Madelyne Prior, ele voltaria a equipe, provavelmente depois de Jean Grey voltar dos mortos. Isso aconteceria em X-Men, por que sem fama, os mutantes nao teriam espaco para um segundo titulo. Novos Mutantes, nem pensar.

Outro detalhe de Lee eh que ele sempre deixou claro que nao gostava de Jean Grey. Tanto eh que em X-Men Super, ele jogou Psylocke no triangulo amoroso. Mas nessa versao, ela nao existe. Por que Psylocke soh apareceu numa historia dos Novos Mutantes... Ou foi antes no Capitao Britania? Bem, tanto faz. Ela nunca iria para X-Men.

Mas talvez, nem isso acontecesse. A Marvel estava em uma fase muito ruim, financeiramente. O que salvou a editora foram as vendas de X-Men e derivados, mais o Aranha. Soh o Aranha, provavelmente nao daria grana suficiente pra evitar a falencia da editora na epoca. E ai, a DC compraria os direitos dos personagens.

Eu imaginei que seria isso....

Mas indo mais adiante... Imaginem como seria isso. Afinal, o Wolverine da DC seria o Wolverine da WARNER! A Warner, depois de ver, por exemplo, a versao Moore do Wolverine, iria pegar um ator famoso (Keanu Reeves?) onde Wolverine, mais educado e menos filho da mae, lutaria contra ninjas e magos, e... bem, seria uma desgraca! Ninguem reconheceria o Wolverine daquilo!

Mas ei! E se fosse o Nolan fazendo Wolverine Begins? ISSO NUNCA ACONTECERIA! Por que o Batman sempre seria mais foda que o Wolverine, isso eh uma regra estabelecida da DC! Entao... Wolverine seria mesmo interpretado pelo Keanu Reeves e todo mundo falaria "Voce viu aquele filme lah? Uolverino? Com o cara do Matrix, sabe? Po, gostei, os efeitos tao muito bons, ve lah!"


Universos alternativos sao boas diversoes de dez minutos!

14 de abr. de 2009

Por que eu indico? -Crows/Worst =ATUALIZADO=

Yo!

Vou tentar - tentar - fazer uma serie de postagens indicando bons mangas e tentando explicar por que alguem deveria ler. Comecando com a minha principal indicacao no momento, a serie Crows, e sua continuacao Worst.

BUSOH

Se trocarmos em miudos, essas series sao historias sobre nada de mais, ou sao historias colegiais nao romanticas, ou sao historias de gangues e briga. Em miudos, claro. A historia em si, tem um grande merito, que eh ser simples e marcante, o suficiente pra poder ser estigmatizadas com poucas palavras, mas nessa simplicidade, conseguir prender o leitor.

Eu sempre me surpreendo com o talento do autor, Hiroshi Takahashi, em narrar o nada, momentos estupidos de garotos estupidos, com um futuro nada promissor, um presente tambem nao muito motivante e simplesmente nada de melhor pra fazer da vida, alem de ir pra escola, encontrar os amigos, fazer bagunca... e brigar, claro, sempre com algum motivo.

A trama de Crows - trama soh inicial, claro - gira em torno de Harumichi Bouya, o tipico moleque de gangue dos anos oitenta (o visual, o topetao - que se chama Regent). Depois de arranjar problema no colegio onde ele estava, Bouya vai para o colegio Suzuran, conhecido como o lar dos corvos, o pior colegio da rede. Apesar de ter motivos pra nao gostar de se juntar em turminhas, Bouya logo consegue amigos leais, que o seguem, por amizade, respeito e ateh pra resolver rivalidades.

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Logo a trama jah muda de rumo. Mesmo tendo em Harumichi Bouya o seu protagonista, Crows eh sobre a sociedade fechada dos colegiais japoneses, distante das comedias romanticas azedo-adocicadas. Distante um pouco tambem dos colegios dramaticos de outros mangas, como GTO e Life. Crows eh sobre a vida da turma do fundao, mas num colegio onde o fundao vai ateh a mesa do professor.

E eh incrivel como o motivo tao simples - brigas entre colegios, entre gangues - consegue virar ateh uma especie de historia de guerra. Existem estrategias, aliancas, conquista de territorio e baixas. Companheiros que vao pro hospital, alguns morrem e por mais estupido que seja, eh real. Muito real ateh.

Vemos tambem, claramente, uma sociedade particular. Existem gangues, grupos, rivais, grandes ameacas, uma certa cerimonia as vezes, regras particulares e um codigo de moral muito particular, mas tambem muito forte. Como historias de cadeia.

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70726f647563742f776f727374312e4a50470032353000 Mas ateh ai, o que tornaria Crows distante de um filme imbecil de gangues americano? Acho que eh o lado sentimental de toda a historia. Nao, nao sentimental-romantico. Alias, sao poucos os romances, acho que podemos contar as personagens femininas nos dedos de uma mao soh. Nas duas series! O sentimento que aflora nessa historia eh o companheirismo, a amizade.

Crows mistura momentos de acao, com brigas entre colegios, com momentos reais e dramaticos, como quando um membro da gangue descobre ter uma hemorragia grave no cerebro, fruto das brigas interminaveis. Mas nao temos momentos chorosos. Vejam bem, sao um bando de moleques com o orgulho e a testosterona no pico. Nao tem espaco pra acucar. Os companheiros, todos quebrados e burros, soh conseguem pensar em uma coisa. Juntam todo o dinheiro que podem numa jarra e dao pro companheiro, pra pagar pelo menos uma parcela pequena do tratamento. Sem tristeza, esperando sinceramente o melhor.

crows Esse acaba sendo o charme de Crows. Os personagens, verdadeiros ateh a medula, sao burros, assumidamente, mas se esforcam por alguma coisa, pra melhorar pelo menos um pouco, mesmo que eles nao facam nem ideia de como melhorar o mundo. A visao de Takahashi para essa historia nao eh a de um bando de arruaceiros armando o barraco e comentendo crimes. Takahashi, que jah foi um desses corvos, ve esses garotos como pessoas realmente bem intencionadas, querendo uma vida melhor, mas sem saber pra onde ir.

Existe uma tradicao na historia de Crows e Worst. A cada fim de ano, quando os alunos mais velhos se formam, duas tramas sempre acontecem. A despedida dos personagens e o reestabelecimento da hierarquia dos colegios, com a entrada dos novatos.

theater8_mastermaind_01-thumb-450xauto-10410 Nas despedidas, sempre vemos uma mistura de sentimentos. O respeito dos mais novos, a saudade que fica nos formandos, os sonhos crescendo e em alguns casos, a realidade batendo. Claro, afinal, todos nos sabemos que o futuro de quem nao estudou no colegio eh bem estreito. Um caso que foi bem forte pra mim foi o fim que levou um dos capangas do vilao de uma das tramas. Largando o colegio pra ir trabalhar, o garoto bateu de frente com a frieza do mundo com as pessoas que vieram de um colegio com mah fama. Pior, as cicatrizes no rosto, marcas de alguem que lutou por seu orgulho, agora sao vergonha. O orgulho, que ele mostrava nas suas primeiras aparicoes jah tinha apagado, e agora ele abaixava a cabeca pra um magrela de oculos, que poderia muito bem estar tremendo de medo soh de olhar pra ele.

Essa camera documental do mundo das gangues que eh tao particular de Takahashi, rendeu frutos. Crows tem fans famosos no Japao, e apesar de ter passado anos sem ter um grande destaque, quinze anos apos sua estreia, Crows explodiu.

th_matsuri Nao que jah nao tivesse fama. Crows tinha seus leitores fieis, jah da epoca de sua publicacao original, de 1990 a 1998, mas foi com o kanzenban, a edicao definitiva, que saiu em 2004, que Crows explodiu.

Crows eh a serie mensal que mais vendeu em kanzenban. Num geral, suas vendas ficaram ao lado de grandes sucessos, como Slam Dunk e Dragon Ball. E isso eh um grande feito, ainda mais para uma historia publicada na Shonen Champion, a "quarta revista" shonen, sempre, sempre a sombra da Magazine, Sunday e Jump.

E isso rendeu frutos. Crows finalmente virou filme, nas maos de Takashi Miike, aquele que fez Sukiyaki Western Jango. Ok, aquele filme em que o Quentin Tarantino faz uma participacao. O que importa eh que ele eh um diretor cultuado no Japao, por sua visao pessoal e bem forte. No filme, Crows ficou um pouco mentiroso, por conta das pessoalidades do diretor, mas o que interessa estah lah. O orgulho, machista e fedido, o respeito e amizade entre os companheiros e aquela impressao de que todo mundo quer apenas encontrar o seu lugar no mundo, mas nao sabe como, e precisa tentar. E por isso eu considero um filme legal, mesmo nao sendo uma adaptacao fiel.

618TXHSqUcL Alias, a historia do filme se passa antes do manga. Os novatos do filme sao os veteranos do manga. E o segundo filme, que estah estreando dah continuidade direta ao primeiro filme, mas ainda nao chega a historia de Bouya.

Essa eh na verdade, a segunda adaptacao. Na decada de noventa, Crows jah virou uma serie de OAV, que adaptava a batalha do colegio Suzuran contra a gangue Busou Sensen.

Se eu ainda nao consegui convencer voce a ler esse manga (ou nao, nao sei em quantas linguas ele jah foi traduzido - POR FAVOR, nao leia scan!!!!), se voce realmente nao se interessa por esse universo machista e suado, entao, soh posso dizer mais uma ultima coisa. Tente ler soh dez paginas (em geral nao tem tanto texto, eh rapido de ler) e parar. Tente parar de ler Crows. Serio! Eu li a serie toda em poucos dias, 26 volumes, mais alguns de Worst, que ainda estah sendo publicado. E como nao consegui parar, fui atras de outras series do autor, como QP e Kick. E series de seus assistentes/discipulos, como Hey! Riki. E de series inspiradas ou de fans, como Drop (que tambem virou filme recentemente, dirigido pelo proprio autor). E isso por que eu li no comeco PRA FALAR MAL!

____________________________________________________________________

Eu indico Crows/Worst e toda a bibliografia de Hiroshi Takahashi. Katsura eh minha meta, Urasawa eh meu idolo, mas Takahashi com certeza eh o espirito. O espirito de querer contar uma boa historia, de todo jeito.

5 de fev. de 2009

Bakuman - parte 2

Yo!

O post anterior na verdade, deveria ter sido a segunda parte do post sobre Bakuman. Lembrei depois que terminei.

O assunto em questao deveria ter sido a diferenca entre os autores, a forma de criar. Em Bakuman, isso eh enfatizado pelo rival da dupla da historia. Niizuma Eiji eh a natureza da criacao. Genial, talentoso, sua vida se resume ao manga. Quando estah criando, ele entra na historia e em certo ponto, ele mesmo diz que nao sabe o que esperar de suas historias, ele mesmo fica ansioso pra saber como vai ser. Isso porque ele deixa os personagens viver e escolher os caminhos.

Por causa disso, sua forma de criacao tambem eh diferente. Ele nao faz o nemu, o rascunho da historia. Eiji parte direto pra producao das paginas. Vai desenhando direto com a pena, sem lapis. Pra uma pessoa comum, isso eh impossivel. Voce precisa ter uma imagem muito forte da cena e uma habilidade muito grande pra passar essa cena pro papel.

A outra opcao eh a de Akito, escritor da dupla. Ele faz sinopses, pensa em historias por dias, e soh entao eh que ele faz o nemu, para que seu parceiro desenhe. Suas historias sao planejadas, as reviravoltas sao colocadas sob medida e a trama eh mais inteligente. Para algumas historias, isso eh simplesmente inevitavel, voce precisa de um pouco de planejamento, por exemplo, se quiser fazer uma historia de suspense, ou uma grande conspiracao, como 20th Century Boys.

Em 20th Century Boys, Naoki Urasawa, autor de Monster, faz uma historia de herois completamente peh no chao, usando elementos pops e a onda de nostalgia que se espalhou pelo mundo todo nesses ultimos anos. A historias comeca com flashs diversos de historias que vao aparecer somente dez, vinte volumes pra frente. Sao anos de publicacao! Talvez ele nao tivesse tudo planejado, mas de certa forma, ele precisou armar um esquema para que a historia seguisse um trilho.

Porem, alem disso, Urasawa eh um meste em criar personalidades. Cada pessoa que aparece na historia eh verdadeiro, real. Cada um tem um jeito diferente, lembra alguma pessoa real que voce jah deve ter visto e age conforme o esperado.

Eh a uniao do modo Eiji, de deixar os personagens agirem, com o modo Akito, de planejar tudo.

Ai, volto para minhas antigas historias. Na minha experiencia (??), eu jah fiz de tudo. Ateh Dream Maker, eu praticamente nao fazia rascunho, desenhando direto, soh finalizando depois. Minhas historias soh tinham mais ou menos a quantidade de paginas marcadas - quatro ou cinco folhas sulfites dobradas no meio, que dao mais ou menos vinte paginas por historia - e eu ia escrevendo e deixando as ideias cairem na folha. Assim, em duas horas eu tinha a historia completinha. As vezes, menos. E eu escrevia muito e tinha muitas ideias! No Brasil, eu tinha um armario onde um espaco, de mais ou menos um metro cubico, era soh de historias em folhas sulfite dobradas no meio. Eu gastava um bloco de 500 folhas em um mes, dois. Era cliente da Kalunga da Vila Mariana...

Eu era um Eiji. Nao tinha pretensao de virar profissional, era soh um hobbie, que nasceu do meu gosto por desenhar, mais o prazer de ler, que eu tinha descoberto a pouco tempo, com X-Men. Meu negocio era desenhar, criar personagens, historias, imaginar.

A primeira mudanca na forma de escrever aconteceu quando eu comecei a fazer fanzine com alguns amigos da escola. Escrever em grupo, com tres, quatro pessoas no mesmo comodo, conversando e trocando ideias, ou simplesmente com os outros lendo no meu ombro, enquanto eu escrevia, jah mudava.

O modo Eiji de escrever infelizmente eh um jeito bem egoista de escrever. Voce escreve pra voce mesmo, o que voce quer, da forma que voce preferir. Por isso, eh o terreno dos genios. Fazer algo realmente bom disso eh algo em torno de um em um milhao. Nao existe um know how de como fazer leitores, voce precisa esperar o resultado. Nesse caso, o modo Eiji eh uma loteria, onde voce tem soh o talento criativo como arma.

Por isso, trabalhar em grupo foi uma coisa muito boa. Alem de agregar novas ideias e formas de criar, voce ainda tem um feed back instantaneo. Voce sabe o que agrada e o que nao agrada na hora. Claro, tem aqueles que gostam de passar a mao na cabeca e tudo que voce faz eh muito bom. Mas nao deixa de ser proveitoso, nem que seja como apoio moral.

Dessa epoca, eu tive minhas primeiras experiencias de colaboracoes. Em geral, eu escrevia para alguem desenhar. Basicamente, eu fazia o que eu sempre fazia, sem finalizar. Dai, alguem desenhava por cima.

Com o tempo, isso me ensinou como eh importante ter algum planejamento. Pensar nos leitores eh uma coisa, mas pensar em um possivel parceiro de trabalho eh completamente diferente. Se voce nao passar a ideia certa, nao souber expressar sua visao da forma correta, o desenhista pode errar, pode fazer diferente, pode colocar elementos que nao existem e nao colocar outros, e na pior das hipoteses, pode mudar a historia.

Mais pra frente, eu pretendo escrever sobre algumas formas que eu conheco de como indicar o desenhista.

Escrever, quando passa da fase do escrever por prazer e passa a ser escrever para alguem, com algum objetivo, eh algo muito mais complexo. Esse inclusive eh o tema das historias mais recentes de Bakuman. Nao importa o quanto voce ache que tem talento, que eh um genio. Lidar com a sorte, jogar com seu publico pode dar uma chance pra voce um dia, mas nao todos os dias.

Em Bakuman, os proprios editores falam que Eiji eh o tipo do sucesso instantaneo, mas descartavel. Eh o tipo de pessoa que faz um grande sucesso mas nao consegue implacar outros. Pro lado da editora tambem eh uma loteria...

31 de jan. de 2009

Historias antigas e personagens bons.

Yo!

Eu estava arrumando meu quarto, coisa que soh acontece em ano bissexto, e milagrosamente aconteceu esse ano. Entao, no meio da bagunca, achei algumas historias antigas, umas que me deixaram particularmente orgulhoso, outras, nem tanto.

Eu pretendo algum dia poder avaliar algumas delas aqui. Tenho varios capitulos de Dream Maker, uma comedia romantica que fiz no impulso de I"s e outros mangas que eu lia na epoca. Tem o meu primeiro fanzine publicado, Demon, que eu criei anos atras, aos dez, onze anos. Uma historia nada saudavel pra uma crianca escrever, sobre um cara que faz um pacto com o demonio e volta ao mundo dos vivos pra descobrir que toda sua vida jah andou sem ele. Logo em seguida, Todd McFarlane anunciou que seu titulo, na vindoura Image Comics, tinha a mesma ideia.

Pra mim, a historia era completamente diferente, apesar da mesma premissa. Voltando minha memoria, lembro de como fiquei revoltado quando soube disso, mas pensando bem, Spawn era bem diferente. Demon era humano, somente um grande feladaputa, sadico, mentiroso... Minha diversao na epoca era criar as torturas e ameacas mais estupidas, do tipo arrancar a pele com uma colher de pau, quebrar os dentes e fazer engolir... Meus amigos morriam de rir com essas ideias estupidas.

Alem de tudo, ainda tinha a mascara, que era uma copia clara da mascara do Wolverine. Na epoca, eu lia X-Men religiosamente, o que explica. Todo mundo tem um heroi copia de outro. Mais pra frente, me cansei dos meus colegas de zine chamando Demon de Wolverine de ferro e mudei o visual, tirando a mascara e colocando um tapa olho, pra fechar um olho que ele vaza no meio da historia.

Ele foi o meu xodoh por anos, ateh eu cansar de historias de heroi e comecar a tentar coisa diferentes. Foi ai que eu fiz Dream Maker. Eu comecei a ler manga, ainda em japa, mais ou menos nessa epoca. Trabalhava na Liberdade, entao, sempre dava uma olhada nas livrarias da regiao.

Dream Maker envolve algumas viagens minhas, algumas experiencias e meu gosto por comedias romanticas. Reler os capitulos me fez relembrar como eu me esforcava em fazer piadas. Vou ser sincero, nao nasci pra comedia. Meu senso de humor eh muito peculiar, nao eh facil fazer os outros rir assim. Mas em Dream Maker, eu arriscava historias inteiras disso, sem contar as passagens romanticas, que me enchem de vergonha.

Depois de Dream Maker, eu pensei em fazer uma historia que misturasse as comedias romanticas com acao e piadas diferentes. Foi quando eu criei Ace Spade, uma historia de espionagem e comedia, com um pouco de romance.

Relendo Ace Spade, eu percebi meu ponto alto nas piadas. Eu consegui rir delas, mesmo que as paginas ainda estivessem sem texto (eu parei na metade, desisti dela). Tambem foi uma epoca em que eu comecei a testar um traco mais leve, agil, com mais angulos ousados e comecando a usar um pouco de narrativa visual de verdade.

Meu proximo manga seria True Love, outra comedia romantica, com cupidos tentando acertar um triangulo amoroso para poderem subir de cargo. Foi meu primeiro trabalho feito pra teste na Shonen Jump. Hoje, soh guardo de boa lembranca, uma pagina onde eu testei um giro de camera, uma ideia muito legal, que eu uso ainda hoje.

True Love foi ainda meu primeiro manga em papel especifico pra manga. Ateh aqui, eu usava sulfitao. Foi um trabalhao pra aprender o que significava as marcacoes, e me inibiu muito na diagramacao. Nao sabia qual era a linha de corte, ateh onde eu podia desenhar, colocar baloes...

Chegamos entao em Cyberserk. Pra mim, foi o ponto alto. Finalmente um trabalho onde eu pude aplicar narrativa, uma historia bem pensada, planejada... Foi minha segunda historia para concursos da Jump e a primeira que saia do genero de comedia romantica. Era claramente uma historia de aventura. Nao que eu nao tivesse feito nada diferente disso antes, mas Cyberserk foi provavelmente a primeira vez que eu consegui algo realmente significativo.

Revendo essas historias antigas, eu pude ver muita coisa. O quanto minhas historias precisavam de narrativa, o quanto eu fugia do assunto principal que eu gostaria de abordar em cada historia. Nas primeiras, ateh a essencia fugia, por que eu pretendia somente me divertir com herois. Nao havia nada pra contar, eu somente fazia historias com coisas que eu achava legal.

Eh tao estranho voltar no tempo e ver o que mudou. Ver o quanto eu gostava de super heroi, depois, de comedia romantica. E apesar de tentar outras coisas, eu estava sempre centrado em fazer o que eu gostava. As vezes nem ao menos tinha algo pra contar, eram soh historias de porrada ou coisa assim. Mas ai eu percebi uma coisa que eh muito interessante pra mim hoje.

Meus personagens pareciam vibrar na historia. Eles tinham mais vida, eu via eles viverem na historia ao invez da historia os levar.

Isso me lembra o texto final do quarto volume de QP, manga de Hiroshi Takahashi, autor de Crows.

Takahashi agradece o pessoal que se voluntaria pra ser assistente dele e que sonha em ser mangaka. E depois dah umas dicas basicas do que fazer pra se tornar um. A primeira eh escolher o genero que quer fazer, mas nao do tipo "...entao, vou fazer um manga de esporte". Tem que ser aquele que te escolhe, que voce nao tem como fugir, aquilo que voce gosta, entende e poderia falar por horas, dias, sem parar. A segunda eh criar um personagem principal cativante. Por que? Por que ter um personagem cativante e bem estruturado eh praticamente jah ter sua historia. Um personagem bom nao precisa de historia, mas a reciproca nao corresponde.

Isso me fez voltar aos mangas de Takahashi e lembrar o que torna ele tao bom.

Vou explicar. Eu comprei um volume de Worst, continuacao de Crows com outro protagonista, meio sem pretensao, soh por curiosidade. Afinal, existe um ar cult nesse manga que era inexplicavel pra mim. Serio, figuras da serie sao vendidos a 15, 30 mil ienes alguns (dah uns 300 dolares! Imagina agora, na alta do iene).

Lendo esse volume, numero um de Worst, eu entendi. A historia simplesmente nao existe. Eh somente o cotidiano do colegio Suzuran, lar dos maiores vandalos da cidade, que nunca tem o nome citado, mas parece ser algum lugar em Yokohama. Mas voce nao consegue parar de ler.

Os personagens arranjam brigas, lutam por territorio, jogam conversa fora, falam sobre seus sonhos pra depois de se formar, sobre o que gostam... E mais nada! Claro, tem uma coisa ou outra, sem relevancia alguma, muitas vezes esquecida, que poderia ser um fiapo de historia. Mas o mais interessante eh como os personagens te fazem acreditar na historia e muitas vezes, ateh sentir respeito e admiracao por eles.

E nao eh todo personagem que voce pode fazer isso. Eh dificil criar um personagem que atraia algum sentimento real, ainda mais o respeito. Po, eh um pedaco de papel! Mas quando a bidimensionalidade dah lugar a profundidade de um personagem, o mundo parece tomar forma.

Eh esse tipo de personagem que eu pretendo construir. Que qualquer um deveria pretender construir. Um personagem certo, com gosto, que odeia algo, que tem manias e que possa parecer humano. Eh uma coisa que eu sabia pela natureza, que eu fazia sozinho, mas que o tempo e a obcessao por tecnicas que o estudo trouxe matou.

O melhor de criar bons personagens eh que ele te indica o caminho. Um personagem bem construido te diz nao quando voce quer que ele faca alguma coisa indevida a personalidade dele. E muitas vezes, anda sozinho, decide dentro de sua cabeca o que vai ser da historia e como ela vai terminar.

Demon era sadico. Era doente de tao sadico. Mas ele seguia suas regras, gostava claramente de algumas coisas, respeitava algumas coisas e detestava outras. Lembro que isso definia a historia, depois, eu soh dava o rumo, deixando o personagem decidir.

O proprio Wolverine, hoje arroz de festa da Marvel, comecou a ser festejado por isso. Ele eh (ou era) um personagem simples e definido. Ele nao tinha neuras, traumas. Ele gostava de algo, nao gostava de outra coisa. Fumava, bebia e matava, mas tambem era o cara que segurava os personagens que passavam do limite. Nos viamos a personalidade dele e suas historias eram condizentes. Nao tinha como errar, o Wolverine era "o melhor no que faz" e ponto. Ateh os caras decidirem lah de cima que ele viraria o Emorine. Mataram a praticidade dele e assim, mataram as chances de boas historias.

E o que dizer de Naruto? As primeiras historias mostravam o lado mais interessante dele, o olhar certo, pra frente e que nao desiste nunca. Isso o tornava o personagem mais interessante, de longe. Mas ele tambem foi emotizado, ficou triste, raivoso, sei lah. A imagem que tinhamos dele, dando aquele sorriso malandro e gritando que iria se tornar o Hokage, morreu. E com isso, morreu a historia, que hoje eh uma vaca manca, tentando pastar. Se esforca, mas nunca consegue nenhum ponto alto.

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Manga, nao sei o que eh. Mas com certeza, investir nos personagens eh parte do manga. Todo manga investe em personagens coesos, simpaticos ou pelo menos, criveis. Me remete a Tezuka, que dizia que suas historias mudavam de acordo com o personagem que ele usava pra contar.

Nao estou encontrando um jeito bacana de fechar esse post, enorme... A cada linha me vem mais ideias, por isso... Fica pra um proximo post! (nao fechei!)

PS - O Hiroshi Takahashi continuou, com uma terceira regra. Criar nomes marcantes. Nomes legais ajudam a manter o personagem na memoria. Ele tem o costume de pegar o dicionario e escolher dois kanjis e completa-los pra formar um nome. Ou pega do meio de listas de resultado de concurso. O importante eh o nome bater com o personagem, por que eh como ele vai ser chamado sempre.

8 de jan. de 2009

Bakuman - parte 1

Yo!

Fechamos um ano, entramos no proximo e finalmente eu estou postando de novo!

Quero aproveitar o lancamento do primeiro tankohon de Bakuman para discutir alguns pontos interessantes. Coloquei parte um por que eu jah espero ter muito assunto.

Antes de mais nada, melhor apresentar o trabalho. Bakuman eh o atual trabalho da dupla Oba Tsugumi e Obata Takeshi, a mesma do aclamado Death Note, que virou filme, anime e tudo mais.

Da mesma forma que o trabalho anterior, a intencao da dupla era fazer algo diferente da linha atual da Jump, vencer pela originalidade. E fugiram ateh mesmo dos moldes de Death Note.

A historia conta a trajetoria da dupla Akito Takagi e Moritaka Mashiro, tentando a carreira de mangaka. O tema pode nao ser tao original (existem alguns classicos com o tema, como Manga Michi e Otoko no Jouken) mas a abordagem e a profundidade com que explica o cenario torna Bakuman um manga unico.

Claro, eu podia continuar fazendo um review do manga, mas nao eh essa a intencao do blog. O que eu quero eh falar sobre o que significa ter esse manga nas prateleiras e nos postos altos do ranking de popularidade da Shonen Jump.

Misturando um lado quase documental da carreira de um novo talento dos mangas com uma simples historia de colegiais, Oba consegue fazer um manga interessante, empolgante e ao mesmo tempo, didatico.

Em um unico tankohon ele consegue ser mais util pra um aspirante a mangaka do que um livrao de "aprenda a fazer manga". E nao fica em licoes bestas como aprender a desenhar, aprender a fazer tal coisa. Ele ensina o que voce vai ter pela frente, com que preparo voce tem que enfrentar uma carreira como essa e o quanto isso eh distante da ideia de publicar historinhas de samurais futuristas lutando contra o mal.

Um pouco atras eu comentei sobre Otoko no Jouken e Manga Michi. Os dois sao classicos do manga e apontados por varios artistas como a inspiracao para seguir a carreira. Para quem estah suando por um espaco, ler esses mangas preenche o vazio que sentimos as vezes com a frustracao de um trabalho mal recebido, ignorado pelo publico. Ou aquele que sentimos quando nao conseguimos encontrar a ideia certa, quando o mercado parece tao distante, a ideia de publicar parece tao impossivel. Eh a alma do mangaka.

Bakuman preenche a lacuna da versao dessa geracao para essa alma. Ler Bakuman deixa os dedos cocando, o papel branco parece implorar pra ser rabiscado. Acho que o mais proximo disso no Ocidente sao os livros de Will Eisner (acho os do McCloud interessantes, mas nao inspirantes) mas sao livros, materiais didaticos, conteudo. Nisso, Manga Michi, Otoko no Jouken e Bakuman sao completamente diferentes. Eles nao "ensinam", eles te dao informacoes valiosas enquanto voce le uma boa historia, que jah eh por si soh o melhor exemplo pratico.

---Alias, no Brasil nao conheco NADA parecido. Se bem que seria uma historia dramatica, publicar no Brasil tah mais pra um dramalhao mexicano, daqueles que tem um pobre, ferrado que eh chutado por todos os lados. Imagina, as editoras querendo publicar de graca, o publico que passa a mao na cabeca mas NAO COMPRA, fanzines saindo por editoras, o cara fazendo bico pra poder comer enquanto publica, tomando na tarraqueta, imitando Naruto, Pokemon, Bleach ou Dragon Ball, ou todos ao mesmo tempo... Nao, nao seria nada inspirador, muito pelo contrario.

Eu acho que eh sempre bom ter um manga desse naipe na prateleira, para poder folhear nas horas em que o mundo parece estar contra o teu sonho de ser mangaka. Pode nao te abrir nenhuma porta, mas faz uma coisa importante. Te lembra que voce soh nao estarah lah se desistir...

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Em tempo: no tankohon, foi incluido a evolucao da historia, com o nemu (rascunho posterior da historia) na versao Oba Tsugumi e depois na versao do Obata Takeshi, antes dele desenhar. Eh bom pra ver o quanto Obata eh importante. Ele praticamente refaz tudo, dita o ritmo, acerta a decupagem... a narrativa visual eh completamente trabalho dele. Nao desmerece o roteirista, que ainda eh o dono das ideias otimas e dos dialogos afiados.

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